O calendário avança, implacável, marcando o tempo com suas páginas viradas. Seis meses desse ano já se esvaíram, mas para mim, o relógio par...

De volta para Novembro

Blog Papo de Amiga

O calendário avança, implacável, marcando o tempo com suas páginas viradas. Seis meses desse ano já se esvaíram, mas para mim, o relógio parou em novembro do ano anterior. As folhas caíram, os dias encurtaram, e eu permaneci presa naquele outono melancólico.

Lembro-me das tardes cinzentas, quando as ruas se enchiam de folhas secas e o vento sussurrava segredos tristes. Era como se o mundo inteiro estivesse em movimento, exceto eu. Os ponteiros do relógio giravam, mas meu coração permanecia imóvel, ancorado na lembrança de nós dois.

Eu te amei, te amei, te amei. Um milhão de vezes, talvez mais. Cada palavra, cada olhar, cada toque era um eco da nossa história. Mas você olha para ela agora, como costumava olhar para mim. Seus olhos encontram os dela com a mesma intensidade que um dia foi minha. E eu? Eu fui apenas a substituta, uma sombra desbotada na sua memória.

As estações mudam, mas meu coração permanece no outono. As folhas caem, mas a dor persiste. Eu me pergunto se algum dia o calendário me libertará, se o tempo me arrastará para além desse novembro eterno. Até lá, continuo a vagar pelas ruas vazias, esperando que o vento traga consigo alguma resposta, algum alívio para essa saudade que me consome.

E assim, o relógio continua a girar, e eu permaneço presa naquele momento, naquele amor que se transformou em lembrança. 

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