Era mais um dia comum na minha vida. A garota que adorava transformar seus pensamentos em poesia estava prestes a assistir à sua aula prefe...

Me Apaixonei por um Rodrigo


 Era mais um dia comum na minha vida. A garota que adorava transformar seus pensamentos em poesia estava prestes a assistir à sua aula preferida: língua portuguesa. Sem expectativas de maiores emoções, além de, claro, descobrir novas palavras para traduzir os sentimentos do seu coração.

Até o momento em que senti alguém colocar a mão no meu ombro. Virei-me para olhar quem era e me senti inebriada pelos olhos castanhos cor de tempestade e pelo cabelo cor de cobre que contrastava com a luz. Naquele momento, soube que um dia aquele cara iria arruinar a minha vida.

Quem era ele? Chamava-se Rodrigo, e seu sorriso era como um raio de sol cortando as nuvens de uma tempestade.

E assim começou nossa amizade. Rodrigo tornou-se mais do que um rosto bonito no corredor. Ele tornou-se o ouvinte das minhas palavras, o crítico das minhas poesias e, sem que eu percebesse, o dono dos meus pensamentos.

Eu amava cada um dos nossos momentos. Desde nossas saídas secretas na madrugada até os dias preguiçosos, quando eu ficava deitada na minha cama escutando-o tocar meu violão. Tornamo-nos melhores amigos, mas, no meu íntimo, havia um pedaço de mim que torcia para que ele me enxergasse de uma maneira diferente.

Foi então que nossos lábios se encontraram pela primeira vez, e sabíamos que aquele beijo seria o início de um caminho sem volta.

Decidimos manter o lance casual e nossos beijos em segredo. Nenhum dos nossos amigos sabia sobre nós dois, e eu concordava com esse acordo, apesar de contestá-lo profundamente dentro do meu ser.

Cada olhar trocado era um segredo guardado. Cada palavra sussurrada era um pacto selado. E cada poema que eu escrevia, codificado com nossos momentos, era um testemunho do que não podíamos gritar ao mundo.

O que no início era gostoso e cheio de adrenalina tornou-se difícil e doloroso, depois de mágoas, ciúmes e cobranças de um relacionamento que nunca existiu.

Os dias passavam, e a intensidade do nosso segredo começou a pesar em nossas almas. Rodrigo, com seu jeito despreocupado, parecia lidar melhor com a situação, mas eu sentia cada vez mais o peso do silêncio.

Então, numa noite em que as estrelas pareciam sussurrar verdades escondidas, decidi que era hora de enfrentar o que sentia. "Rodrigo," eu disse, "não posso mais viver nessa sombra. Eu quero mais porque amo você."

Ele olhou-me com uma tristeza que nunca tinha visto antes e disse: "Eu também te amo, mas você sabe que isso não pode acontecer. Somos de mundos diferentes, e eu não posso te dar o que você merece."

Foi então que entendi que o amor, por mais forte que seja, às vezes não é suficiente. Que algumas histórias são escritas para serem lidas apenas em silêncio, nas páginas de um diário nunca compartilhado.

Com lágrimas nos olhos, mas com uma força nova brotando em meu coração, despedi-me do cara que dava melodia para minhas palavras.

"Você vai escrever sobre mim?" ele perguntou com um meio sorriso.

"Sempre," eu prometi.

E com um último beijo, Rodrigo despediu-se, deixando um coração partido e uma poeta com um novo capítulo para escrever, mas dessa vez com uma valiosa lição: que mesmo um coração partido pode encontrar a melodia para uma nova canção.

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