Me apaixonei por um Marquês - Parte 2

Alta temporada em Londres! Bailes quase todos os dias, piqueniques, almoços e muitas mães ambiciosas procurando o maior prêmio, quero dizer, o melhor partido para suas filhas, mas os melhores partidos são os que mais se esquivam desse tipo de compromisso. 

Eu acho divertido observar toda essa caçada, mas tenho pena das garotas que se casam forçadas e sem amor só para satisfazer a alta sociedade. Graças a Deus, minha mãe me disse que, se eu não conseguir me apaixonar nesse ano em que debutei, poderei tentar no próximo, pois ela quer que eu dê esse passo por amor e seja tão feliz quanto ela e o papai. 

Eu contei a ela sobre meus sentimentos sobre o marquês, já faz dois anos desde que nos conhecemos e fiquei perdidamente apaixonada, mas só nos vimos naquela ocasião e tanto ela, quanto eu achamos que foi coisa de adolescente e que esse sentimento já passou, mesmo que eu ainda sinta um frio na barriga quando me lembro daquele doce beijo em minha mão. 

Bem… Como quase sempre tem ocorrido, estamos em um baile, mas esse é mais especial que outros por ter sido oferecido pela própria rainha Vitória!

O salão de baile é o mais lindo de toda a Inglaterra, claro que sendo o Palácio de Buckingham, não poderia ser diferente. Os castiçais e lustres dão um toque refinado e ao som da orquestra o ambiente se torna extremamente elegante e romântico. 

Para abrir o baile, a rainha começou a valsar com seu grande amor, o príncipe Albert. Ela é uma das poucas pessoas em nossa sociedade que se casou por amor, é lindo de ver a maneira como sorriem um para o outro e seus olhos dizem coisas tão profundas que o vocabulário se torna escasso para traduzir em palavras. É um amor assim que eu quero.

É um amor tão… É tão… É ele… O marquês de Kent! Eu não acredito! Pelas batidas do meu coração, devo presumir que continuo apaixonada pelo marquês. Sua presença é deveras marcante, a tal ponto, que todos os homens no salão se tornam obsoletos mediante à sua presença.

Parece que ele está me observando e caminhando ao meu encontro, parece loucura, mas é real. Sem nem lembrar realmente o que aconteceu e como respondi, já me vi valsando nos braços acolhedores e protetores dele. Procuro desesperadamente, mas sem sucesso não me perder naqueles olhos tão enigmáticos, contudo tão expressivos ao mesmo tempo. Poderia jurar que todo o salão estava vazio enquanto estávamos dançando, jamais senti algo tão… era indescritível, era pleno, era amor.